Cleópatra, que viveu no Egito ptolemaico, usava um pouco de açafrão em seus banhos quentes, pois apreciava suas propriedades cosméticas e de coloração. Ela usava o açafrão antes de se encontrar com homens, acreditando que ele tornaria o ato sexual ainda mais prazeroso.
Os curandeiros egípcios usavam o açafrão para tratar todas as variedades de distúrbios gastrointestinais. Os problemas urinários também eram tratados com uma emulsão à base de óleo feita de flores jovens de açafrão e grãos torrados. Nos homens, isto era usado topicamente. Já as mulheres, ingeriam uma preparação mais complexa.
Na era greco-romana, o açafrão era largamente comercializado pelos fenícios no Mediterrâneo. Seus clientes iam desde fabricantes de perfumes em Roseta, no Egito, até médicos em Gaza e na cidade vizinha de Rodes, que por sua vez usavam bolsas de açafrão a fim de camuflar a presença de conterrâneos mal cheirosos durante as idas ao teatro.
Para os gregos, o açafrão era diretamente associado a cortesãs e conselheiras conhecidas como heteras. Grandes tinturarias de Sídon e Tiro usavam o açafrão em banhos como ingrediente substituto. Ali, vestes reais eram mergulhadas três vezes em tinturas roxas. Para as vestes de pretendentes reais e plebeus, os últimos mergulhos eram feitos com açafrão, que criava uma tonalidade roxa menos forte.
Os antigos gregos e romanos valorizavam o açafrão como perfume ou desodorizante e o espalhavam em lugares públicos, como saguões reais, cortes e anfiteatros. Quando Nero chegou a Roma, as pessoas espalharam açafrão pelas ruas. Além disto, os romanos ricos também usavam o açafrão em banhos diários. O açafrão era usado como rímel, em vinhos, em saguões e ruas e oferecido a divindades.
Colonizadores romanos levaram o açafrão quando povoaram a Gália romana ao Sul, onde foi amplamente cultivado até a invasão bárbara da Itália em 271. Teorias opostas alegam que o açafrão somente retornou à Gália com os mouros do século VIII ou com o Papado de Avinhão no século XIV.